"iluminados os olhos do vosso coração, para saberdes qual é a esperança do seu chamamento, qual a riqueza da glória da sua herança nos santos" (Efésios 1:18)

quarta-feira, 6 de outubro de 2010

Desastre da fé: quando a religião é mais importante que Deus

A igreja cristã, nascida no Pentecostes (Atos 2), espalhada pelos lares de Jerusalém (Atos 2.46), enfrentava dois extremos, de um lado, grande parte do povo aceitava a mensagem do evangelho, e inclusive alguns sacerdotes já haviam se convertido (atos 6.7), mas, fortalecia-se do lado oposto, uma força tarefa em prol da aniquilação dos cristãos. Os líderes religiosos sentiam-se ameaçados em seu monopólio da fé, e decidiram perseguir duramente a “nova religião que surgia”. Digo “nova” para eles que mantiveram seus olhos e ouvidos fechados ao que Cristo viveu e falou diante deles. Porque tudo na religião dos judeus apontava profeticamente para a pessoa de Jesus (Lucas 24.27). Mas, o desejo de dominar as pessoas era tão grande que eles nem se quer perceberam Deus andando entre eles!


Certamente o foco deles era construir reinos na terra. Deste modo, qualquer outra opinião era encarada como ofensa, somente eles deveriam ser considerados verdadeiros, todos os diferentes deveriam ser perseguidos. Quando a fé perde a razão ela entra nos domínios da loucura, do fanatismo, e isso nada mais é do que uma idolatria das próprias idéias. O fanatismo nunca segue na direção da verdade, no máximo, ele se engessa na metade do caminho


1.Os fanáticos são religiosos sem Deus


Vivemos em um mundo onde grande parte acredita ser dono da razão. Inúmeras discussões acaloradas acontecem num puro desejo de sobrepujar as idéias dos outros. Nem sempre tais debates acontecem em busca de compreender a verdade, ou no desejo de buscar o bem comum. Facilmente, encontraremos dentre os dispostos a debater, pessoas indispostas a ouvir o que temos a dizer, criam grandes conflitos quando a crença delas não é “engolida goela abaixo”, ainda que seja irrazoável.


Essas pessoas acreditam que estão certas e pronto! Ninguém mais tem razão! Nada mais tem valor ou importância. Elas se fecham de tal maneira que não estão dispostas a se quer repensar a crença que sustentam. São fiéis a crença que receberam ou que escolheram, sem avalia-la ou compreende-la. Não estou dizendo que devemos negociar nossa fé, nossos valores, mas, não podemos ser tão arrogantes em pensar que só nós mesmos é que temos a razão. Não podemos defender a nossa fé humilhando, desprezando ou até maltratando as demais pessoas. E ainda, somente, porque pensam diferente de nós. Quando sua fé desvaloriza as outras pessoas, certamente haverá uma terrível complicação nisso.


Em relação ao cristianismo, o ódio as pessoas jamais se justifica (1João 4.20). Aquele que acredita no Deus da Bíblia precisa amar as pessoas (Lucas 10.27). Onde há ódio ou maldade contra o ser humano, Deus não estará envolvido.


Estevão enfrentou o ódio dos religiosos fanáticos de seu tempo. O escritor de Atos, declara que ninguém dentre a multidão que ouvia e discutia sobre fé com Estevão conseguia resistir a sabedoria com que ele falava (Atos 6.10), nem mesmo o grande intelectual de seu tempo, o jovem Saulo, futuro apostolo Paulo, podia vencer os argumentos de Estevão (Atos 7.58). Uma vez que o diácono Estevão não era vencido, logo o verdadeiro objetivo deles iria ser revelado. Eles não estavam ali porque desejavam aprender sobre Deus, como não podiam argumentar contra a crença de Estevão partiram para o lado do mal:


Então, subornaram uns homens para que dissessem: Ouvimos-lhe proferir palavras blasfemas contra Moisés e contra Deus.” (Atos 6:11, ARC)


É muito interessante o jogo religioso do fanático. Na realidade ele não se importa nenhum pouco com Deus. Eles estavam no pátio do templo, local onde se deveria falar de amor, de compreensão, de revelar a verdade de Deus a todos os homens, tramando quebrar um dos dez mandamentos de Moisés, “não darás falso testemunho” (Êxodo 20.16), dizendo que Estevão desrespeitava Moisés...


Eles é quem desrespeitavam a Lei, a Moisés e ao Deus de Moisés. Eles estavam num lugar sagrado armando um plano profano. De fato, eles não se importavam com Deus e até se opunham a Ele:


Homens de dura cerviz e incircuncisos de coração e ouvido, vós sempre resistis ao Espírito Santo; assim, vós sois como vossos pais. A qual dos profetas não perseguiram vossos pais? Até mataram os que anteriormente anunciaram a vinda do Justo, do qual vós agora fostes traidores e homicidas; vós que recebestes a lei por ordenação dos anjos e não a guardastes.” (Atos 7:51–53, ARC)


Não havia nada de Deus neles. A luta deles não tinha nada de nobre. Eles só queria se posicionar acima de tudo e de todos. Eram contra a fé de Estevão porque ela mostrava o quanto eles estavam longe de Deus. Estavam presos a tradição porque isso era confortável, ela era puramente externa, repleta de ritualismos, facilmente teatralizáveis. Deste modo, a tradição era mais importante que o mandamento de Deus.


E assim invalidastes, pela vossa tradição, o mandamento de Deus.” (Mateus 15:6, ARC)


2.A religião sincera deve sempre buscar a Deus

Se ouve muito contra religião em nossos dias. Também tem-se falado sobre espiritualidade sem religião. Não é de se espantar que a Bíblia tenha previsto este fenômeno, afirmando que nos últimos dias haveriam muitos irreligiosos (1Timóteo 1.9 ARC). Tais pessoas são contra a religião institucionalizada e organizada. Esse é um pensamento comum ao pós-modernismo.


Porém, segundo a Bíblia, Deus escolhe um lugar (geográfico - 1Reis 8.16, 29) para que seja construído um templo (estrutura física - Salmos 27.4; 122.1) exclusivo para adoração ao seu Nome. Ele também determina liderança hierarquizada e selecionada (sacerdotes - Salmo 135.2; Efésios 4.11-12; Hebreus 13.17), atividades especificas que compõe a adoração coletiva (liturgia - Colossenses 3.16; 1Coríntios 11; 12; 14) e ordena a todos que se unam aos outros e congreguem juntos (filiação - Hebreus 10.25). Como é que chamaremos isso? Se não de religião?


A religião é definida pelos estudiosos como um sistema de crenças, rituais, organizado por lideres por ela constituídos, que executam seus princípios em lugares santos, em busca de contato com uma divindade.


De modo geral, a religião é uma tentativa humana de ligar-se ao Divino. Para nós cristãos isso jamais poderia se realizar, se Deus não permitisse que o encontrássemos. Ele mesmo nos estimula a procura-lo (Isaías 55.6). O grande problema do fanático é que ele se satisfaz com a religião e seus rituais. Ele não prossegue buscando estar mais próximo de Deus. Jesus denunciou o quanto os fanáticos religiosos de seu tempo estavam longe de Deus:


“Este povo honra-me com os seus lábios, mas o seu coração está longe de mim.” (Mateus 15:8, ARC)


Se o propósito da religião é buscar a Deus, então todos nós devemos ser religiosos! Todos devemos buscar em Deus primeiro lugar (Mateus 6.33), antes de qualquer ritual ou cerimônia, cargo ou função. Então:


“ Conheçamos e prossigamos em conhecer ao Senhor....” (Oséias 6:3, ARA)


Sabendo que nunca compreenderemos Deus de forma absoluta, até mesmo porque, o Infinito Deus não caberá em nossa finita cabeça (Jó 11.7). Por mais que saibamos alguma coisa, precisamos sempre estarmos conscientes de que há muito que se aprender (Provérbios 18.15). Sem arrogância, sem prepotência, com muita humildade precisamos pedir a Deus que nos ensine todos os dias um pouco mais. Nosso coração deve estar aberto para aprendermos uns com os outros. Para sermos corrigidos, aconselhados, ensinados e aperfeiçoados.


  1. 3.Nunca deixe nada ocupar o lugar de Deus em sua vida


Não repita o erro daqueles fanáticos judeus que uniram-se contra o cristianismo, e logicamente, contra Deus. Eles haviam colocado a própria religião no lugar que só Deus poderia ocupar em suas vidas. Quebraram os mandamentos de Deus para protegerem a religião que seguiam. Deus não estava em primeiro lugar em suas vidas.


Não permita que sua religião seja mais importante que Deus. Todos sabemos que religiões encontramos aos montes, mas, há somente um Deus (Marcos 12.32)! Não estou dizendo que todas as religiões estão corretas, mas, digo que qualquer religioso que deixa Deus em segundo plano e passa a odiar pessoas, sempre estará absolutamente errado!


Ouça sempre a voz de Deus, através de sua Palavra e aceite o desafio de sair das velhas estruturas engessadas:


“sabendo que não foi com coisas corruptíveis, como prata ou ouro, que fostes resgatados da vossa vã maneira de viver que, por tradição, recebestes dos vossos pais,” (1 Pedro 1:18, ARC)


Cristo morreu para nos resgatar das religiões e tradições vazias, que seguíamos como cegos sem nunca nos importar de verdade com Deus. Aceite o convite de Cristo:


“ Vinde a mim, todos os que estais cansados e sobrecarregados, e eu vos aliviarei.” (Mateus 11:28, ARA)


Este deveria ser o lema de toda religião: aproximar o homem de Deus! E não torná-lo inimigo de seu semelhante. Quantas religiões existem para causar guerras entre os homens! Quando adotamos essa postura inflexível de donos da verdade, fechamos nossos olhos para o que está a nossa frente. Estevão resplandecia como anjo (Atos 6.15), eles viram, mas ignoraram. Estevão falava com sabedoria dada pelo Espírito de Deus (Atos 6.10), eles ouviram, mas ignoraram. Estevão lhes anunciava a mensagem de amor Deus, mas, eles ignoravam!


Sempre houveram pessoas dispostas como Estevão, a ensinar a Palavra de Deus, a Bíblia Sagrada. Homens e mulheres que amam tanto aos outros que são capazes de dar a própria vida em busca de fazê-los entender algo sobre Deus. Só quem ama demais a Deus para saber o quanto Ele é importante. Só quem ama demais o ser humano pode entender que ele não pode viver sem Deus. Estevão era assim. Por isso ele orou pedindo a Deus que não punisse a platéia que rejeitou sua mensagem e atacou sua vida. Ele queria que eles tivessem mais tempo para aceitarem a verdade sobre Deus. Eles lhe desejaram a morte, eles lhes desejou vida!


E, pondo-se de joelhos, clamou com grande voz: Senhor, não lhes imputes este pecado. E, tendo dito isto, adormeceu.” (Atos 7:60, ARC)


Mais de 250 milhões de cristãos são perseguidos pelo mundo em nossos dias. Mas, nem mesmo diante da morte eles deixam de anunciar a Cristo. A mensagem de Jesus tem sido pregada nos quatro cantos da terra por aqueles que O amam!


Concluo esta mensagem te convidando a orarmos por todos aqueles que sofrem por causa do evangelho. São perseguidos porque não desistem jamais da fé que tem em Jesus. Deus seja louvado por estes homens e mulheres excelentes, dos quais este mundo não é digno! Que nós sejamos anunciadores do amor de Deus a humanidade.


Graça e paz.

segunda-feira, 5 de julho de 2010

O evangelho do Amor




Quando procuramos a visão de Deus sobre o ser humano, buscando em sua palavra, entendemos o quanto cada pessoa deste planeta é importante para Deus, porque, afinal, Ele amou o mundo inteiro (Jo 3.16), e incluiu todas as pessoas, dos quatro cantos do planeta em seu plano de salvação (Mc 16.15). Salvação que se origina e se concretiza por intermédio de Cristo (Hb 12.2), pois “a salvação só pode ser conseguida por meio dEle. Pois não há no mundo inteiro nenhum outro que Deus tenha dado aos seres humanos, por meio do qual possamos ser salvos.” (Atos 4:12). Inclusive o próprio Cristo, apresentou-se como o único que pode levar o homem de volta a Deus (Jo 14.6). Nele, fazemos as pazes com Deus (2Co 5.19-20), e nos tornamos seus filhos (Rm 8). Essa tão grande salvação (Hb 2.3) que encontramos nEle, alcança o ser humano em sua plenitude, disseminando-se em todos os aspectos de sua vida (1Ts 5.23).



Inclusive, quando observamos na biografia de Jesus, registrada pelos evangelistas bíblicos, a obra de Cristo, somos surpreendidos pelo amor que ele mostra às crianças (Lc 18.16), sua atenção aos mendigos (Mc 10.46-47), sua preocupação com a fome quando alimentou as multidões (Mt 14), sua compaixão quando curava os enfermos, principalmente porque se compadecia deles, devido às suas dores e sofrimentos (Mt 14.14). Até mesmo em seus ensinos sobre amor (Mt 19.19), misericórdia (Mt 9.13), ajuda ao próximo (Lc 10.33), percebemos o quanto o coração de Deus está voltado para o cuidado aos necessitados.



O apóstolo Pedro afirmou em sua descrição de Cristo e de sua missão na terra, que Ele era ungido pelo Santo Espírito para curar, libertar e fazer o bem (At 10.38). Deste modo, o envolvimento de Cristo com os problemas sociais, sua atenção aos sofrimentos provenientes das demandas do cotidiano, faziam parte de sua missão, uma vez que Ele mesmo disse que seu foco estava em fazer a vontade do Pai (Jo 4.34; 5.30). Sua missão certamente incluiu amenizar o sofrimento humano em todas as dimensões. Quando Cristo falava de amor ao próximo, todos que observavam suas atitudes e reações sabiam do que se tratava. Porque Ele de fato nos amou. Ele nos ensinou como fazer a obra de Deus deixando-nos exemplos bastante claros (Jo 13.15).





Entretanto, hoje quando a Igreja procura propagar o evangelho levando a salvação de Deus a todos os homens, ela o tem feito de forma parcial. Focalizando apenas a vida eterna, como se fossem postergados quaisquer expectativas de uma vida menos sofrida nesta terra.





Geralmente o funesto pacote apresentado segue duas polaridades dispares da verdade, ou se recebe Cristo e se conforma com a miséria e abstém-se de qualquer melhora, ou por extremo, se pensa mercadologicamente acerca da fé, pregando-se uma prosperidade destituída do amor ao próximo e carente de solidariedade aos necessitados. Quando na realidade dever-se-ia pregar uma salvação integral, cujo amor de Deus modifique nosso modo de enxergar os sofrimentos do próximo e nos envolva na busca de soluções para amenizar e até erradicar seus sofrimentos.


Socorrer os necessitados é uma ordem de Deus (Sl 41.1) para qual nenhum dos que propagam o amor de Cristo poderiam ignorar (Dt 15.7). Tiago, apóstolo, afirma que até mesmo a fé, por intermédio da qual a salvação é alçada (Ef 2.8), se manifesta em boas obras, levando comida aos famintos e roupas aos que estão nus, ou sofrendo de frio (Tg 2.15-18).


Portanto, a salvação de Deus inclui a transformação do ser humano, levando-o a preocupar-se com o próximo e a solidarizar-se com ele. Cada cristão precisa assumir sua responsabilidade social, e, logicamente a Igreja precisa envolver-se, porque fomos comissionados também à pratica de boas obras (Ef 2.10), através das quais o mundo também perceberá nossa fé e compromisso com Deus (Mt 5.16).


A Igreja precisa enxergar o mundo não apenas como um campo evangelístico, onde ecoa-se a mensagem dos evangelhos, mas, como lugar onde o amor de Deus falado é confirmado na cuidado aos menos favorecidos, o envolvimento com as questões sociais, a busca por condições melhores de vida e na indignação a exploração, injustiça e indiferença. Seguindo o conselho do escritor aos Hebreus precisamos urgentemente, entender que a salvação envolve o homem, e busca resgatá-lo de seu sofrimento, por isso, em tempo:


“ Consideremo-nos também uns aos outros,

para nos estimularmos ao amor e às boas obras.”

(Hebreus 10:24 RA)



segunda-feira, 28 de junho de 2010

Só os ateus é que têm razão?


Fico sempre emocionado com as declarações públicas de fé que o jogador da seleção brasileira o Kaká têm pronunciado desde sempre. Ele já foi alvo de críticas da mídia em episódios envolvendo sua seriedade na prática do dízimo, que segundo as escrituras é a devolução de dez por cento de tudo o que o fiel ganha (2Cr 31.5-6). Existem referências a esta instituição tanto no Antigo Testamento (Ml 3.8-12), quanto nos ensinos de Jesus (Lc 11.42; Hb 7.4-9). Acerca disto, ele sempre se mostrou resoluto, dizendo-se consciente de sua responsabilidade de "devolver" a parte que cabe ao "dízimo" como questão de fé, fundamentada em sua relação com Deus. O que o jogador demonstra sobre sua espiritualidade é que ela não lhe serve de motivo de vergonha, nem necessita ser mantida em segredo. Fato que alguns jornalista parecem desejar que ele não destaque nem declare diante das câmeras.

Isso é intrigante porque o que se sabe sobre a mídia é sua invasão na vida de celebridades procurando mostrar todos os detalhes e acontecimentos, peculiaridades e segredos. Vivemos num tempo em que os paparazzis policiam obcecadamente cada particularidade da vida dos astros e estrelas. Certamente o grande jogador reconhecido mundialmente tem esta atenção destes profissionais, porém, sua devoção a Deus, sua religiosidade e espiritualidade parecem recebem uma atitude oposta, porque além de ser desprezada, muitas vezes é escondida e criticada sem fundamento, uma crítica pelo prazer de criticar.

Sabemos que existem muitos jornalistas sérios que procuram informar com imparcialidade, porém, como em todas as profissões, existem aqueles que se utilizam das oportunidades que possuem para projetarem a si próprios. Talvez dentro deste grupo estejam aqueles que querem defender a opinião que possuem sobre as coisas, cada declaração dos mesmos recebe um tom de argumentação cientifica e verdade absoluta. Sei que cada um tem sua opinião pessoal, porém desmerecer ou utilizar-se de artifícios retóricos para desmerecer as idéias e crenças dos outros é outra coisa. Acredito que a liberdade de pensamento e de expressão não é exclusiva da imprensa. Creio que todos podem expressar e divulgar o que pensam, inclusive a religião que professam.

Kaká tem sentido-se perseguido pelo colunista Juca Kfouri, do jornal “Folha de S. Paulo”, que afirmou em sua coluna que o jogador pode até ser obrigado a encerrar a carreira de forma prematura por conta de uma lesão crônica no púbis. A perseguição segundo o camisa 10 da seleção brasileira, partiria de uma oposição a sua atitude de não esconder sua fé em Jesus Cristo. Veja o vídeo:



Parece-me que Kaká pediu apenas mais profissionalismo e respeito a sua liberdade religiosa pede optar crer.

A imprensa luta por sua liberdade de expressão, porém alguns jornalistas parecem incomodados com a liberdade de expressão religiosa pública. Não existe incoerência e parcimônia nisso? Só jornalistas podem expressar em público sua opinião?

Esse fenômeno global que é a religião, apenas como exemplo, a configuração da população brasileira segundo o censo 1999 era de mais de 93,6% da população de religiosos, contendo um percentual de 15,6% de evangélicos, ou seja: quase 30 milhões de brasileiros! Acredito que dentre este grupo existem muitos cidadãos honestos que cumprem seus deveres cívicos! Assista abaixo a resposta de Kfouri:


Desde o ínicio, a declaração de Kfouri, mostra sua oposição a religião, e aos religiosos, que ele generaliza num tom "de todos são iguais" e merecedores de sua reprovação. A sua crença no ateísmo é divulgada numa liberdade de expressão e opinião que muitos religiososgostariam de desfrutar... Mas, quando um religioso faz uso disso é ridicularizado e sua atitude tachada como imposição de idéias, discriminação dos irreligiosos... Kfouri fazendo éjornalismo...

Outro fato interessante, é sua afirmação de que Kaká não deveria levar Jesus para dentro do campo. Isso mostra o desconhecimento que o jornalista tem da religião cristã, pois nela,Cristo é reconhecidamente onipresente, ou seja, não há lugar que possa se ausentar de sua presença! Com ou sem Kaká, Cristo está em campo!

Não critico o uso que alguns fazem da liberdade de negar a Jesus. Ainda mais, porque, quem quer aproveitá-la, precisa utilizá-la nessa vida. A bíblia garante que no futuro:


Pelo que também Deus o exaltou sobremaneira e lhe deu o nome que está acima de todo nome, para que ao nome de Jesus se dobre todo joelho, nos céus, na terra e debaixo da terra, e toda língua confesse que Jesus Cristo é Senhor, para glória de Deus Pai. ” (Filipenses 2:9–11)


É bom lembrarmos que segundo a bíblia essa vida também pode ser usada para confessar Jesus, a semelhança do que Kaká tem feito:

Digo-vos ainda: todo aquele que me confessar diante dos homens, também o Filho do Homem o confessará diante dos anjos de Deus; mas o que me negar diante dos homens será negado diante dos anjos de Deus.” (Lucas 12:8–9)

Sua confissão pública de fé não deveria ser recriminada por quem vive da liberdade de expressão! Os jornalistas deveriam ser os primeiros a defenderem a liberdade do ser humano de publicar suas idéias! Ironia: nem todos conseguem, são religiosos demais, são fanáticos em suas crenças... Ainda que acreditem em nada acreditar.....

De um lado aqueles que sempre dizem ao povo que parem de acreditar em Deus e passem a acreditar em nós... e do outro estão aqueles que não se importam de serem perseguidos por declararem sua fé! Nem o coliseu conseguiu calar a boca dos cristãos! Não será esse ou aquele que conseguirá. Os ateus gostam de gritar que não acreditam, sejam pelo menos educados e nos deixem dizer também o que pensamos.

Diante de toda essa perseguição a resposta maravilhosa de Kaká veio na escancarada distribuição gratuita de um dvd produzido e estrelado por ele, declarando sua fé em Jesus. Auxiliado pela Igreja Batista da África do Sul, os dvds são entregues do lado externo dos estádios. No verso da capa do dvd contém a seguinte declaração:

“Eu creio que Deus tem um propósito pra vida de cada um de nós. E acredito que o meu é pelo esporte, pelo futebol, levar o nome de Jesus Cristo”.

Que todos tenhamos a mesma paixão por Deus a ponto de declararmos diante de todos, torçam ou não o nariz, nossa fé em Jesus.



sexta-feira, 25 de junho de 2010

Milagres mágicos para Evangélicos pós-modernos

Ao longo das eras de sua existência a Igreja sempre enfrenta o pensamento dominante. Nem sempre ela se opõe as injustiças presentes, ou se dispõe a discutir sobre seu tempo, procurando implementar alterações na sociedade de acordo com a visão do Reino de Deus. O que se percebe, se tomarmos por base os movimentos religiosos que buscam visibilidade como mecanismo de expansão religiosa, é que cada um, luta pelo reino de sua “denominação”. Não são poucos que lutam pela hegemonia e pelo domínio do “mercado religioso”. A espiritualidade se tornou negócio lucrativo.



As angústias da população, provenientes da carestia geral, “os” transporta aos “locais de fé” em busca de alento e esperança. Infelizmente a maioria destes locais, pontuados pelo tele-evangelismo como o “lugar da bênção”, não faz mais do que vender a promessa da mudança instantânea e fantástica, por intermédio de um milagre. Deste modo os problemas causados pelas injustiças sociais continuaram existindo, inclusive porque não há uma proposta de mudança das atitudes humanas, que causam as diferenças, mas, apenas uma interrupção das conseqüências vividas, por tais desajustes.


Essa tendência tem se difundido por alguns grupos, queira Deus que muitos outros não se enveredem por esse caminho. Olhar a Bíblia em busca de fragmentos que possibilitem promessas de soluções instantâneas para os problemas humanos parece atrativo para o homem pós-moderno desesperado pela evitação da dor e da frustração.


Entretanto, ainda que os milagres de fato aconteçam, grande parte dos sofrimentos e das dificuldades que afligem a humanidade, são criados e mantidos pela configuração econômica, política e social. Ao incentivar essa mudança mágica, sem construção, sem empenho, sem transformação, sem responsabilidades ou compromissos sociais, faz-se de cada contemplado um eleito para fora do sofrimento, no qual os demais são condenados a permanecer.


O milagre se torna mais um meio de exclusão social.



De modo similar, a ausência do milagre é explicada pela fraqueza do fiel, ou pela guerra espiritual que ele enfrenta. Ninguém se atina para o fato, de que são as construções sociais humanas que fomentam os desajustes e as crises. Certamente a solução deveria estar numa reformulação do modo de ver a vida, de ver o próximo, de ver todo o planeta. O milagre necessário para toda a humanidade, depende da mudança de entendimento da própria humanidade.



A Bíblia em sua totalidade apresenta os fundamentos dos dilemas humanos e fornece respostas para uma renovação social. Mas, para isso, é preciso reavaliar a teologia praticada pela Igreja. Porque é por intermédio da Igreja que as revoluções se iniciam. Ela é a catalizadora das revoluções. Mas, para isso, ela deve olhar para o mundo no qual esta inserida como restauradora da sociedade. Se a Igreja se rende ao século no qual esta inserida, ela perde sua salinidade (Mt 5.24-25). Conseqüentemente, perde sua função nesta terra. Sua missão é agir neste mundo de acordo com os princípios do reino de Deus. Se ela assim o fizer, sempre revolucionará a comunidade ao seu redor.


Em busca de cumprir então sua função, a Igreja deve buscar no Conselho de Deus, reflexões que possibilitem a formulação de ações que resultem em transformações da realidade. É preciso contemporanizar as ações da Igreja, por intermédio de uma releitura da fé. Inclusive para levar a verdadeira libertação do Filho de Deus a toda humanidade. Discutir as questões sociais a partir de uma interlocução com os princípios de justiça do reino de Deus. Princípios eternos de um Reino que esta por vir, mas, que já pode ser experimentado nesta vida por intermédio dos representantes deste reino. A igreja arrancada da “escravidão aos ditames do mundo”, precisa implantar os ideais de justiça do reino para o qual ela foi resgatada.

terça-feira, 22 de junho de 2010

Um grande perigo: Príncipes com mentes de Escravos.


Se diligentemente obedecerdes a meus mandamentos que hoje vos ordeno, de amar o SENHOR, vosso Deus, e de o servir de todo o vosso coração e de toda a vossa alma, darei as chuvas da vossa terra a seu tempo, as primeiras e as últimas, para que recolhais o vosso cereal, e o vosso vinho, e o vosso azeite. Darei erva no vosso campo aos vossos gados, e comereis e vos fartareis. Guardai-vos não suceda que o vosso coração se engane, e vos desvieis, e sirvais a outros deuses, e vos prostreis perante eles; que a ira do SENHOR se acenda contra vós outros, e feche ele os céus, e não haja chuva, e a terra não dê a sua messe, e cedo sejais eliminados da boa terra que o SENHOR vos dá.” (Deuteronômio 11:13-17 RA)

Os princípios que constam nestes cinco versículos foram ditos pela primeira vez ao povo de Israel anos após a libertação da servidão egípcia, um pouco antes da entrada deles na terra prometida por Deus, onde eles se estabeleceriam. Certamente o povo que ouvia estas recomendações se emocionava em saber que tão próximo estava o fim da jornada pelo deserto e o inicio de uma nova história. Eles completariam realmente um grande salto, pois aquele povo rendido a escravidão havia sido milagrosamente salvo por Deus. Ele os retirou da escravidão e agora iria colocá-los como donos de uma terra repleta de possibilidades para se prosperar. Era a realização de um sonho que eles nem si quer sonharam. A escravidão em que viviam ia além dos grilhões físicos e os mantinham mentalmente rendidos a miséria. Deus fez àquele povo o inimaginável. Aqueles que nunca tiveram nada, nem mesmo o direito de viver em liberdade se tornariam proprietários de riqueza. Que maravilha! Que perigo...


Toda essa mudança de vida continha um perigo sutil, eles poderiam se encantar tanto com tudo que conseguiriam que acabariam deixando Deus em segundo plano. O brilho das riquezas poderia cegá-los, dominá-los e de repente o povo que era escravo no Egito, a serviço das megalomanias de faraó, agora livres, se submeteriam a uma nova escravidão: ao desejo de possuir cada vez mais, uma vida em função da aquisição e da satisfação das temporárias necessidades desta vida transitória.


É por isso que Deus chama atenção do povo para a necessidade de “amá-lo” e de “servi-lo”. Esse era o único jeito daquele povo permanecer livre. Ao renderem-se a Deus conseguiriam colocar todas as coisas desta vida, inclusive as riquezas no lugar delas: em segundo (Mt 6.33-34). Ele sabia muito bem que aquele povo corria o risco de valorizar mais o que nunca tiveram quando escravos do que a própria comunhão com Deus. A prosperidade traz consigo esse risco. Jesus já alertava para isso, declarando o poder de influencia que as riquezas exercem sobre a humanidade quando dizia:


“ Ninguém pode servir a dois senhores; porque ou há de aborrecer-se de um e amar ao outro, ou se devotará a um e desprezará ao outro. Não podeis servir a Deus e às riquezas.” (Mateus 6:24 RA)


Dentre tantas possibilidades para desvio da adoração, para estabelecimento de ídolos, Cristo apresenta as “riquezas” como grande adversário da adoração a Deus. Justamente por se tratarem do grande desejo da humanidade. Pessoas matam, se vendem, corrompem, cometem genocídios por causa da riqueza. Por amor ao dinheiro muito são capazes das maiores atrocidades (1Tm 6.10), inclusive, não são poucos que desviaram-se da fé porque em busca de aumentarem suas rendas precisam manter o foco, retirando tudo mais da posição de prioridade, colocando como secundário, inclusive Deus, a família, a saúde, a ética, o caráter, os princípios, a preservação da natureza, da vida e da dignidade humana. Tudo mais é colocado em posição de menor valor. De fato, as riquezas parecem suprir, ou, ao menos possibilitam inúmeros artifícios e ilusões que entorpecem o ganancioso, fazendo-o acreditam que seguindo sua obsessão por ganho terminará bem sucedido.


O grande escritor Willian Shakespeare, poeta e dramaturgo inglês escreveu sobre os maiores dilemas da humanidade. Ele quase sempre retratou a vida dos abastados. Eram os conflitos dos nobres. Dizem que assim ele fazia porque os problemas que os pobres de sua época apresentavam podiam ser facilmente resolvidos pelo dinheiro. Assim para eles havia esperança. Mas, os ricos, que desconheciam os problemas dos pobres, sofriam de questões existenciais maiores. Para eles a frustração com essa vida e a desesperança na materialidade norteava seus conflitos. O dinheiro não os tornava melhores, nem garantia-lhes uma vida feliz ausente de angústias. O que lhes faltava para viver não podia ser comprado, mas, é graciosamente concedido:


“Jesus, porém, respondeu: Está escrito: Não só de pão viverá o homem, mas de toda palavra que procede da boca de Deus.” (Mateus 4:4 RA)


Não se vive apenas das coisas desta terra! Precisamos de Deus, de comunhão com o Pai, mais do que de qualquer outra coisa. Sem o Pai ficamos vazios, perdidos, desnorteados, fragilizados e facilmente escravizáveis. Esse era o perigo que aqueles ex-escravos corriam. O gosto de ter o que nunca se havia tido poderia seduzi-los. Seriam consumidos pela cobiça. Colocariam todas as demais coisas a serviço da busca incansável por ganho. Até mesmo Deus acabaria sendo considerado como fonte explorável para produção de riquezas. A religião deles se tornaria materialista, novamente presa no pior dos grilhões: a transitoriedade!


Eles corriam o risco de amar o dinheiro, a terra, suas casas, seus banquetes, a fama, status e satisfações e prazeres. Deus sabia que se amassem as coisas deste mundo (1Jo 2.15-17), acabariam servindo como escravos a um novo e perverso senhor, que sugaria todo o tempo, fôlego e adoração deles. Por isso Ele preveniu-os dizendo que eles deveriam “amá-lo” de modo ativo, ou seja, “servindo-o”. Não basta sentir que Deus está em primeiro lugar, é preciso agir. É preciso servir. É preciso colocar todas as coisas desta vida a serviço de Deus, inclusive a própria vida. O que reservamos e retiramos do domínio de Deus, tende a se tornar um deus para nós. Se você não serve a Deus com seu tempo, seu dinheiro, seus talentos, certamente, eles limitarão você na sua entrega a Deus, e rapidamente, você será escravo destas coisas.


Precisamos avaliar nosso interesse por Deus e nosso interesse pelo dinheiro. Ele não nos libertou da escravidão do pecado (Tt 3.3; Jo 8.34) para que sejamos escravos novamente. Precisamos nos definir. Não podemos servir a dois senhores. Se escolhermos as riquezas, não teremos tempo para Deus, nem motivação para servi-lo, na verdade serviremos ao dinheiro com nossa religião. Mas, se escolhermos a Deus, colocaremos as riquezas em seu devido lugar, a serviço de Deus.


Repito: Deus não nos libertou para que fossemos escravos novamente. A semelhança do povo hebreu saído do cativeiro, fomos libertos para servirmos a Deus:


“ Deus lhe respondeu: Eu serei contigo; e este será o sinal de que eu te enviei: depois de haveres tirado o povo do Egito, servireis a Deus neste monte.” (Êxodo 3:12 RA)


“ Porque os filhos de Israel me são servos; meus servos são eles, os quais tirei da terra do Egito. Eu sou o SENHOR, vosso Deus.” (Levítico 25:55 RA)


Servir ao Senhor é manter em ordem a vida, colocando o valor devido a cada coisa. Sem jamais priorizá-las de tal modo que até a nossa vida fique a serviço delas. Daí, voltamos ao pensamento original de Deus quando criou o homem: Ele não somente deu todas as coisas para subsistência da humanidade, como a responsabilizou de protegê-las e cultivá-las (Gn 2.15). A medida que a criação se mantêm como secundaria o homem consegue usar dela com critério sem usuras, mas, se ela se torna seu único desejo, ele se perde e a perde também. Ao tentar preencher o lugar de Deus com coisas o homem tenta tampar um buraco cavando outro.


Decida-se. Se Deus for colocado em segundo lugar nada será suficiente para te realizar. Mas, com Deus sua vida será diferente. Lembre-se da época em que você foi mais feliz em sua vida, se você já teve experiências com Deus, essa época com certeza está ligada a Ele. Entregar-se a Deus para amá-lo e servi-lo deve ser nossa prioridade. A fazermos isso certamente nos achegaremos a Ele:


“ Ao SENHOR, teu Deus, temerás; a ele servirás, a ele te chegarás e, pelo seu nome, jurarás. Ele é o teu louvor e o teu Deus, que te fez estas grandes e temíveis coisas que os teus olhos têm visto.” (Deuteronômio 10:20-21 RA)


“ Andareis após o SENHOR, vosso Deus, e a ele temereis; guardareis os seus mandamentos, ouvireis a sua voz, a ele servireis e a ele vos achegareis.” (Deuteronômio 13:4 RA)


Talvez você durante toda essa mensagem tenha argumentado e defendido sua desobrigação de servir ao Senhor, afirmando que somente os vocacionados para o sacerdócio é quem devem atuar na obra dEle. Não se esqueça que cada um de nós deve servir a Deus, pois, há um chamado geral para sermos suas testemunhas (At 1.8; Is 43.12), evangelizadores (Mc 16.15), discipuladores (Mt 28.18-20), embaixadores (2Co 5.18-21), ou seja, todo aquele que crê em Deus deve compartilhar isso, deve ser anunciador desta maravilhosa oportunidade dada ao homem de viver em Cristo:


“ Vós, porém, sois raça eleita, sacerdócio real, nação santa, povo de propriedade exclusiva de Deus, a fim de proclamardes as virtudes daquele que vos chamou das trevas para a sua maravilhosa luz;” (1 Pedro 2:9 RA)


Trata-se de um relacionamento real, que amadurece com o passar do tempo, que fortalece a entrega pessoal a Deus. Ao se priorizar ao Senhor, conseguimos dar o valor real às coisas que compõe a nossa vida. Assim, sem grandes riscos podemos receber a prosperidade, porque ela não será prioridade, mas, serva de Deus:


“ Servireis ao SENHOR, vosso Deus, e ele abençoará o vosso pão e a vossa água; e tirará do vosso meio as enfermidades.” (Êxodo 23:25 RA)


Se falharmos nisso, para nosso o bem, Deus suspende as bênçãos:


“ Porquanto não serviste ao SENHOR, teu Deus, com alegria e bondade de coração, não obstante a abundância de tudo. Assim, com fome, com sede, com nudez e com falta de tudo, servirás aos inimigos que o SENHOR enviará contra ti; sobre o teu pescoço porá um jugo de ferro, até que te haja destruído.” (Deuteronômio 28:47-48 RA)


Sejamos então diligentes em amar e servir ao Senhor. Isso é prioridade, prosperidade é conseqüência, se isso não for para nós grande tentação.